sexta-feira, 1 de outubro de 2021

JOÃO BAPTISTA VILARES

 

João Baptista Vilares

Professor primário; nasceu em Sambade, concelho de Alfândega da Fé, a 17 de Novembro de 1888. Fez os seus estudos na Escola Normal de Bragança, que concluiu em 1918, sendo, a 5 de Novembro desse ano, nomeado professor para Gebelim, freguesia do mesmo concelho, passando em Julho de 1921 para a 2.ª cadeira da Póvoa de Varzim, onde se conservou até Setembro de 1924, em que foi transferido para Sambade, sua terra natal. Ainda em 1920 foi nomeado professor da Escola Primária Superior de Macedo de Cavaleiros, mas esta escola não chegou a funcionar.
Durante o tempo que frequentou a Escola Normal fundou, com outros alunos, a Associação dos Normalistas, que promoveu diversas conferências feitas por alunos e outras entidades estranhas à Escola e algumas excursões, mas esta Associação acabou após a saída dos seus fundadores.
Gebelim deve-lhe alguns melhoramentos: empedramento de ruas; construção de um edifício escolar, ainda hoje por concluir; dotação da escola com diverso material, etc. Ali fundou um clube para instrução e recreio, aonde semanalmente fazia conferências sobre agricultura, higiene rural, etc. Tinha uma orquestra e curso nocturno para adultos; ali se realizaram diversas festas de confraternização entre povos vizinhos e subscrições para melhoramentos públicos. Durou desde 1913 a 1923.
Mais lhe deve a criação de uma escola móvel feminina para crianças e mulheres, que funcionou desde 1913 a 1917.
Na Póvoa de Varzim promoveu duas exposições de trabalhos escolares de todas as escolas do concelho, precedidas de conferências pedagógicas, e foi sempre o representante do professorado do mesmo concelho nos congressos pedagógicos de Coimbra, Leiria e Braga, bem como presidente do núcleo escolar. Reorganizou também a Caixa de Assistência Escolar para os alunos pobres.
Em Sambade promoveu duas récitas teatrais infantis destinadas à compra de material escolar; iniciou uma subscrição pública para reparar a bela igreja paroquial; dirige o núcleo escolar de Alfândega da Fé e é o representante do professorado do distrito junto da União dos Professores Primários de Portugal.
Escreveu:
Para a história da Traulitânia – Um voluntário da República na defesa de Mirandela. Póvoa de Varzim, 1924. 8.º de 24 págs.
Monografia do concelho de Alfândega da Fé. Porto, 1926. 8.º de 285 págs. e uma de índice. É trabalho de valor e interessante.
Em 1912 fundou, juntamente com Tito Sendas, inspector escolar, o semanário Escola Trasmontana, impresso em Bragança, que durou apenas alguns meses, e tem colaborado no Comércio da Póvoa de Varzim; Progresso, da mesma vila; Instrução, que se publicou no Mogadouro; Federação Escolar; Professor Primário; Escola Moderna e Trás-os-Montes.
Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança