terça-feira, 2 de agosto de 2011

DESCRIÇÃO

Sambade é uma grande freguesia do extremo norte do concelho de Alfândega da Fé, no limite com o vizinho município de Macedo de Cavaleiros. A nove quilómetros da sede do concelho, é constituída pelos lugares de Sambade, Vila Nova e Covelas. Encontra-se em plena serra de Bornes, entre as duas nascentes da ribeira de Zacarias, afluente do rio Sabor. A Mamoa de Bornes, na área de Vila Nova, comprova o precoce povoamento, certamente pré-histórico, da área da freguesia. Trata-se de um montículo artificial de forma sub-circular, com cerca de vinte metros de diâmetro. A Mamoa de Fragas da Moura deve datar também da Pré-História recente. Aí pode ver-se um pequeno empedrado, sub-circular, com cerca de dois metros de diâmetro. Pode tratar-se de um montículo tumular tardio. Na área da Barragem de Sambade, foram encontrados alguns fragmentos de cerâmica de construção e cerâmica comum doméstica. O espólio recolhido parece apontar para horizontes cronológicos baixo-medievais ou modernos. Poderia tratar-se de vestígios de um casal ou de um edifício agrícola existente no local. A instituição paroquial de Sambade é muito remota. Foi feita ainda antes do século XII e já nessa altura em honra de Santa Maria. A toponímia comprova a antiguidade da freguesia, não só da sua fundação como do próprio povoamento. Chacim, lugar vizinho, lembra a existência por aqui de determinados possessores nobres e de alta estirpe. Quanto ao topónimo principal da freguesia, Sambade poderá ser o nome de uma devoção religiosa moçárabe. Poderá ser também, e se calhar com mais fiabilidade, o genitivo de um nome pessoal, propriedade de alguém que por essa época terá apresado o actual território da freguesia: a Samabdi "villa". No foral a Alfândega da Fé, dado por D. Manuel em 1 de Junho de 1510, Sambade é referida. Por então, a freguesia era uma das mais ricas do termo daquela vila, especialmente porque aqui se fabricava em grande escala a seda e o sirgo. A decadência do fabrico destes produtos ditou a decadência da freguesia, que não mais recuperou, a partir daí, a riqueza de outrora. A Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Assunção / Nossa Senhora das Neves está classificada como Imóvel de Interesse Público desde 1935. É uma das melhores igrejas do concelho. Terá sido terminada em 1798 sobre as ruínas de um outro templo mais pequeno. Fruto de diversas intervenções ao longo dos tempos, apresenta características barrocas, rococó e neoclássicas. De planta longitudinal, é composta por nave única e capela-mor mais estreita. A fachada principal termina em empena de lanços. Salientam-se no interior os retábulos laterais e colaterais de talha policromada rococó e o retábulo-mor de talha pintada neoclássica. A ordenação heráldica da freguesia, publicada em 20 de Agosto de 2003, é a seguinte: Armas - Escudo de prata, com castanheiro arrancado, de verde, com ouriços de ouro, abertos de vermelho, entre dois livros abertos de ouro, encadernados de azul. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: “SAMBADE “.

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