sábado, 11 de outubro de 2014

RÁDIO

16.01.1935 –
 Instalação do primeiro aparelho de rádio na aldeia de Sambade, concelho de Alfândega da Fé, em casa do professor Tito Senda

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Símbologia
O castanheiro - Representa a vasta zona natural abrangida pela freguesia, assim como as extensas plantações de castanheiros, utilizados para a produção de castanha, uma importante fonte de rendimento local).Os livro - Representam os escritores naturais da freguesia, assim como a cultura da sua população. 
Brasão:

Escudo de prata, com castanheiro arrancado, de verde, com ouriços de ouro, abertos de vermelho, entre dois livros abertos de ouro, encadernados de azul. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: «SAMBADE».




Bandeira
Verde. Cordão e borlas de prata e verde. Haste e lança de ouro.

Selo:
Nos termos da Lei, com a legenda: «Junta de Freguesia de Sambade

A HISTÓRIA
Sambade é a maior freguesia do concelho de Alfândega da Fé. Fica situada a cerca de 7 quilómetros da sua sede de concelho e tem por vizinhas as freguesias de Vales, Soeima, Agrobom, Bornes e Vilares de Vilariça.
Encontra-se a uma altitude de 813 metros e localiza-
se na encosta sul da Serra de Bornes.
É constituída também pelas anexas de Covelas e Vila Nova.
Dada a sua extensão territorial tem tipos de clima diferentes: a zona norte onde se situam as aldeias de Covelas e Vila Nova, tem Invernos frios e Verões frescos.
Na zona mais a sul, em Sambade, os Invernos são igualmente frios e os Verões quentes e secos.
Sambade foi uma das maiores abadias das terras transmontanas e pertencia ao Padroado Real.
A ela estavam sujeitas os lugares de Covelas, Vila Nova, Vales, Sendim da Serra, Ride Cabras, Colmeais e Soeima.

O elemento eclesiástico teve sempre muito interesse nesta abadia. Nela foram sempre colocadas pessoas de alta categoria, que chegaram a desprezar tornando-se, antes, abades de Sambade, como foram o caso do eminente escritor Jacinto Freire de Andrade, que foi abade desta freguesia entre os anos 1620 a 1625, e o Dr. Manuel de Sousa Moreira, membro da Academia Real da História, conhecido pelo “abade de Sambade”. Viveu nesta freguesia entre 1678 e 1722.
Sambade era uma freguesia com grande importância no bicho da seda e nas indústria de lãs. Foram estas actividades que desenvolveram toda a riqueza desta terra e de muitas famílias.
A partir dos fins do séc. XVIII, foi decrescendo e perdendo notoriedade.
Sambade provém de “Sambadi”, nome de homem. Padre Sambade foi muito célebre no séc. VIII, nas Astúrias, por ter refutado a heresia dos monotelistas.
Sambade deriva do baixo-latim “villa Sambadi”, a quinta de Sambado, em que alguns pensam ser a contracção de ”Sanctus Amarus”, Santo Amaro.
Sambade já existira nos tempos dos moiros, facto que se comprova pelo Combate do Caramouro”, no assalto ao monte “Carrascal”, junto de Balsemão.
Esta terra era também conhecida como a “Terra dos Cardadores”, por os seus moradores se terem entregue a este mister.
Pinho Leal designa-a de “Lugar Santo”.
Pertencia à Coroa no séc. XIII.

Foi doada por D. Afonso II a D. Pedro Fernandes, tornando-se uma das povoações mais ricas de Alfândega da Fé, pela sua seda e o sirgo que possuía.
A importância e riqueza que alcançou, fizeram com que obtivesse referência no Foral Novo de Alfândega da Fé, doado por D. Manuel I, em 1510.
Mais tarde, entrou em grande decadência, tendo a sua economia enfraquecido de tal modo, que jamais voltou a recuperar.
Nesta freguesia vieram figuras ilustres do nosso país: o caso do Padre António José de Mesquita Pimentel, autor da famosa obra «Cartilha da Doutrina Cristã» (séc. XVIII), o escritor Manuel de Sousa Moreira, autor da obra «Teatro Histórico, Genelógico e Panegírico»... da Excelentíssima Casa de Sousa e o Professor João Baptista Vilares

PATRIMÓNIO E TURISMO

 Património Arquitectónico:
Igreja Matriz  
Classificada como imóvel de interesse público. A sua construção inicial não é conhecida, tendo sido remodelada e ampliada no séc. XVIII (terminou em 1798), sendo um dos maiores templos existentes na região. Era um monumento que pertencia à Coroa e foi doada por D. Afonso II a D. Pedro Fernandes, no séc. XIII.
 Monumento de uma só nave, com cinco altares elegantes e enquadrados na estrutura do edifício.
Possui dois púlpitos em granito.
No oratório, na retaguarda do edifício, está a imagem de Nossa Senhora da Assunção, padroeira da freguesia, uma das melhores jóias do edifício.
A sua construção exterior é de estilo joanino.

A torre tem 22 metros de altura e possui relógio.
 Existe uma lenda relacionada com esta Igreja que consta do seguinte: «em tempos idos, na época da construção da Igreja, o pároco teria morto a sua irmã e escondido o cadáver no interior do templo. Muitos anos depois, quando ali se efectuavam escavações, foi encontrado um corpo absolutamente incorrupto, que rapidamente foi “identificado” como a tal irmã do pároco, sendo logo venerada pelos seus conterrâneos. Anos mais tarde já depois da “Santa” ter sido roubada, apareceram na igreja os ossos de uma outra mulher, que essa sim, era a inicialmente referida.»
            Capela de São Sebastião - Edificada em 1868
 Capela de Nossa Senhora do Rosário 
Edificada em 1725. Possui um rico altar em talha dourada e exteriormente com alguns trabalhos em granito de grande valor;





Capela de Santo António - Construída em 1783





Capela de Nossa Senhora das Neves – 
Encontra-se na anexa Covelas. Não se sabe ao certo a sua origem, crendo-se que será anterior ao séc. XVII. 


Sobre ela existem várias lendas, sendo a mais vulgar a que conta que Nossa Senhora das Neves apareceu a uma senhora em cima de um castanheiro. Ainda hoje se vê no lugar do altar antigo, um pedaço do tronco em que o povo afirma ser uma relíquia do castanheiro da aparição;





Capela de São Roque - Encontra na anexa Vila Nova




Fonte do Bairrinho;
                                 Fonte da Toutela;

                           Fonte do Bairro do Meio;
                                  Fonte da Laga.




Cruzeiro – 
Situa-se no centro da freguesia evocando a restauração.





Alminhas  
Existem três, todas elas situadas em cruzamentos e lavradas em granito.

Fornos Comunitários – 
Existem alguns na freguesia mas todos eles estão desactivados.

FESTAS E ROMARIAS
Festa de Nossa Senhora das Neves – 
Realiza-se no 3º Domingo de Agosto (dia principal), com duração de quatro dias. Tem início na sexta-feira e termina na segunda-feira seguinte.
É uma festa caracterizada por uma forte tradição, não se sabendo exactamente a sua origem, sendo uma das maiores romarias da região, juntando grande número de peregrinos.

“Perde-se no tempo a origem da (antiga) capela e o culto prestado a Nª. Sr.ª das Neves pelos habitantes destas redondezas. Há várias lendas na mente do povo.
A mais vulgar conta que Nª. Srª. apareceu a uma pastora sobre um castanheiro. Ainda hoje se pode ver, no lugar do antigo altar, um pedaço dum tronco dum castanheiro que o povo afirma ser uma relíquia do castanheiro da aparição.

Quanto à invocação de Nª. Srª. das Neves, ao certo nada se sabe.
Terá sido por nevar muito antigamente na serra? Terá aparecido Nossa Senhora, segundo a lenda, num castanheiro nevado? Há outra lenda que liga esta invocação de Nossa Senhora das Neves à lenda de ter nevado em Roma no mês de Agosto no tempo do Papa Libério (séc: IV), delimitando a neve a Igreja de Santa Maria Maior. Com esta capela teria sucedido o mesmo porquanto, primitivamente, a festa celebra-se a 5 de Agosto, festa litúrgica de Nossa Senhora das Neves.”
(...) “Dizem-me os antigos que a mordomia da festa era de Covelas, sendo celebrada na capela e a procissão saía do recinto em direcção ao cruzamento de Vila Nova, voltando para a ermida pelo mesmo trajecto. Só a partir de 1910, a festa começou a ser feita em conjunto com os mordomos de Sambade e Covelas. Mudavam então Nª. Srª. das Neves, no primeiro Domingo de Maio, para Sambade e regressava à sua capela no dia da festa – primeiro Domingo de Agosto. Ainda hoje se conserva este costume mas, com a emigração, alterou-se a festa para o terceiro Domingo de Agosto.
Quando se faz a muda de Nª. Srª. das Neves de Covelas para Sambade, os covelenses ficam tristes por lhes levarem Nª. Srª. da sua casa, seguem-na até ao cruzamento de Covelas e aí se despedem D’Ela, vendo-se, não raro, lágrimas nos olhos de muitos. No seu regresso, no dia da festa, à tarde, aguardam-Na no mesmo lugar e saúdam-Na com renovada alegria, tendo bem estampado no rosto o júbilo de a receberem de novo. Acabou a orfandade.”
Festa de São Sebastião – 
Realiza-se no 1º Domingo de Fevereiro.
Esta festa caracteriza-se pela arrematação do fumeiro regional, objecto de oferendas ao Santo

Grupo de Cantares de Sambade

Gastronomia
FOLAR DE PASCOA
Ingredientes
2,5 colheres de sopa de leite
120 gr de açúcar
110 gr de manteiga
5 ovos
225 gr de farinha de trigo
12 gr de fermento de padeiro
1 gema
Raspa de limão e miolo de amêndoa q.b
1 colher de sopa de açúcar de pasteleiro
Preparação

1.   Dissolva o fermento no leite morno e deixe levedar por 10 minutos.
2.   Misture muito bem a farinha com o açúcar e a raspa de limão, junte a manteiga levemente mole, 4 dos ovos e amasse muito bem. Junte a mistura do fermento já lêveda e amasse.
3.   Deixe levedar durante 20 minutos.
4.   Coza o quinto ovo em água a ferver durante 12 minutos.
5.   Divida a massa em duas partes iguais e tenda-as em rolo.
6.   Enrole os rolos um no outro, com a forma de um torcido.
7.   Una as extremidades, colocando no centro do folar o ovo cozido.
8.   Deixe repousar durante mais ½ hora, pincele com a gema de ovo batida e polvilhe com o miolo de amêndoa.
9.   Pré aqueça o forno a 180º C.
10.               Leve ao forno durante 35 minutos.
11.               Depois deixar arrefecer um pouco, polvilhe com açúcar de pasteleiro.