quinta-feira, 4 de agosto de 2011

ASSOCIAÇÃO DO GRUPO DE CANTARES DE SAMBADE

Morada: SAMBADE, ESCOLA PRIMARIA
Código Postal: 5350-312
Localidade: SAMBADE

Associação Recreativa e Cultural de Sambade

A.R.C.S - Associação Recreativa e Cultural de Sambade
Associação Recreativa e Cultural de Sambade
Estrada Nacional Nº315 S/N
5350-312 - Sambade
NIF - 500936889
TEL - 279 479 036 -
Presidente - 964 876 590
Vice - Presidente - 938 171 133
Data da Fundação: 12 de Novembro de 1979
Filiados da A.R.C.S.: Clube Sambade Aventura - Grupo de Cantares da Associação Recreativa e Cultural de Sambade - Grupo de Bombos da Associação Recreativa e Cultural de Sambade.
Actividades: Cultura, lazer, desporto, actividades inerentes ao grupos referidos.
Associação Recreativa e Cultural de Sambade
Estrada Nacional 315, Covelas-Sambade
5350-311 SAMBADE
279 479 036

terça-feira, 2 de agosto de 2011

LENDA DO VERÃO DE SÃO MARTINHO

Lenda do verão de s martinho

S. Martinho antes de ser Santo foi soldado do Imperador. Uma vez ia montado no seu cavalo num dia tempestuoso de chuva e vento muito embrulhado na sua capa de soldado.
Surgiu-lhe num caminho um pobrezinho de mão estendida muito magra semi-nu a tremer de frio e também de fome. O Moço cavaleiro ficou abalado, e depois de dar umas moedas ao pobre desceu do cavalo e com a própria espada cortou a capa que trazia ao meio dando uma parte ao pobre, para ele se cobrir e ficando com a outra metade para si. Passados momentos o temporal amainou as nuvens foram desaparecendo, transformando-se a tempestade num dia de sol brilhante, raro na estação do Outono.
Eis a Lenda do Verão de S. Martinho, Santo que é comemorado no dia 11 de Novembro, geralmente com um serão de família e amigos.
Diz o ditado. No dia de S. Martinho, prova o teu vinho.
Usança — Junta-se a família, convidam-se os amigos e todos se reúnem à lareira, ao redor de uma boa fogueira. É o tempo da apanhadas castanhas e nesse dia, assa-se uma grande porção num assador próprio, feito já para tal, em latão com buracos no fundo. Põe-se dependurado em cima da fogueira e enquanto assam, uns conversam, outros vão buscar o vinho.
As castanhas depois de assadas, deitam-se num cesto que se coloca ao centro, para todos lhe chegarem.
Come-se com fartura, bebe-se bem, juntando-se mais uns petiscos
que haja na ocasião. Há risos histórias e anedotas de varias espécies.

Uma para exemplo:
Havia uma mulher que gostava muito de vinho e todos os dias ia à pipa, mas às escondidas do marido.
Este, um dia morreu e então a mulher fez-lhe um grande pranto e nos dias a seguir, a vida dela era acocorada na lareira coberta com um chaile e com uma bota de vinho, sempre metida no regaço.
As vizinhas vinham vê-la e ela sempre a lamuriar-se. Estas diziam-lhe:
— Sai daí mulher! Agora queres passar a vida a prantecer!?... Ela respondia:
— Sem secar estes courinhos não apago as minhas penas, não saio daqui. Ia bebendo sempre, até a bota ficar vazia e só assim as penas se apagavam.

FonteAFONSO, Belarmino, Raízes da Nossa Terra, Bragança, Delegação da Junta Central das Casas do Povo de Bragança, 1985 , p.116-117

Local Sambade, ALFÂNDEGA DA FÉ, BRAGANÇA

A LENDA DO PADRE DO MINHO

A lenda do padre do minho

Veio para esta aldeia, há muitos e muitos anos, um padre minhoto. Este vivia com uma irmã, que segundo diziam dava conversa ao barbeiro do padre. Este, um dia, não gostando da cortesia do barbeiro, matou a irmã e enterrou-a no adro da igreja. Várias pessoas lhe perguntavam pela irmã, às quais respondia que tinha ido para a sua terra natal. Mas, passados alguns anos, foi preciso alargar a igreja. Ao fazer o desaterro, encontraram o cadáver intacto. Foi depois enterrado no altar-mor e considerada santa.

O povo indignado fez os seguintes versos:


Passei por trás da igreja
Cheirou-me a pêra madura.
D. Maria Luisa
Metida na sepultura.


Passei por trás da igreja
Cheirou-me a pêra marmela.
D. Maria Luisa
Metida debaixo da terra.

FonteAFONSO, Belarmino, Raízes da Nossa Terra, Bragança, Delegação da Junta Central das Casas do Povo de Bragança, 1985 , p.111

Local Sambade, ALFÂNDEGA DA FÉ, BRAGANÇA

DADOS GERAIS

Área: 3219 ha
População: 500 habitantes
Património cultural edificado: Igreja Matriz, Capelas de Nossa Senhora das Neves, de S. Sebastião, da Senhora do Rosário, de Stº António, de S. Roque, Cruzeiros, Fontes de Mergulho, Pelourinho, Nicho Nossa Senhora das Neves situado em Covelas e Vila Nova- Sambade, Nicho Nossa Senhora de Fátima em Sambade e Vila Nova, Casa do Povo, Fontes Antigas com Bebedouro para Animais, Centro Social e Paroquial
Património Paisagístico: Serra de Boines, Miradouro S. Sebastião, Barragem de Sambade
Feiras: Feira Mensal ao 1º Domingo de cada mês
Festas e Romarias: Festas de Nossa Senhora das Neves no 3º Domingo de Agosto, Mártir S. Sebastião a 20 de Janeiro
Gastronomia: Folar de Carne, Borrego e Cabrito Assado em Forno de Lenha com Batata e Arroz do mesmo, Fumeiro de Enchidos dos Derivados de Porco, Queijo da Serra de Boines, de Ovelha Churra
Locais de lazer: Parque Infantil, Largo da Igreja Paroquial, Miradouro de S. Sebastião
Espaços lúdicos: Campo de Futebol de Sambade, Polidesportivo de Sambade
Artesanato: Tecelagem, Cestaria em Vime, Calçado, Bordados
Turismo de habitação: Hotel Spa Nossa Senhora das Neves
Orago: Nossa Senhora da Assunção
Principais actividades económicas: Agricultura, Olivicultura, Vitivinicultura, Pastorícia, Amêndoa, Cereja, Castanha
Colectividades: Associação do Grupo de Cantares de Sambade, Associação Recreativa e Cultural de Sambade, Zona de Caça Municipal

DESCRIÇÃO

Sambade é uma grande freguesia do extremo norte do concelho de Alfândega da Fé, no limite com o vizinho município de Macedo de Cavaleiros. A nove quilómetros da sede do concelho, é constituída pelos lugares de Sambade, Vila Nova e Covelas. Encontra-se em plena serra de Bornes, entre as duas nascentes da ribeira de Zacarias, afluente do rio Sabor. A Mamoa de Bornes, na área de Vila Nova, comprova o precoce povoamento, certamente pré-histórico, da área da freguesia. Trata-se de um montículo artificial de forma sub-circular, com cerca de vinte metros de diâmetro. A Mamoa de Fragas da Moura deve datar também da Pré-História recente. Aí pode ver-se um pequeno empedrado, sub-circular, com cerca de dois metros de diâmetro. Pode tratar-se de um montículo tumular tardio. Na área da Barragem de Sambade, foram encontrados alguns fragmentos de cerâmica de construção e cerâmica comum doméstica. O espólio recolhido parece apontar para horizontes cronológicos baixo-medievais ou modernos. Poderia tratar-se de vestígios de um casal ou de um edifício agrícola existente no local. A instituição paroquial de Sambade é muito remota. Foi feita ainda antes do século XII e já nessa altura em honra de Santa Maria. A toponímia comprova a antiguidade da freguesia, não só da sua fundação como do próprio povoamento. Chacim, lugar vizinho, lembra a existência por aqui de determinados possessores nobres e de alta estirpe. Quanto ao topónimo principal da freguesia, Sambade poderá ser o nome de uma devoção religiosa moçárabe. Poderá ser também, e se calhar com mais fiabilidade, o genitivo de um nome pessoal, propriedade de alguém que por essa época terá apresado o actual território da freguesia: a Samabdi "villa". No foral a Alfândega da Fé, dado por D. Manuel em 1 de Junho de 1510, Sambade é referida. Por então, a freguesia era uma das mais ricas do termo daquela vila, especialmente porque aqui se fabricava em grande escala a seda e o sirgo. A decadência do fabrico destes produtos ditou a decadência da freguesia, que não mais recuperou, a partir daí, a riqueza de outrora. A Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Assunção / Nossa Senhora das Neves está classificada como Imóvel de Interesse Público desde 1935. É uma das melhores igrejas do concelho. Terá sido terminada em 1798 sobre as ruínas de um outro templo mais pequeno. Fruto de diversas intervenções ao longo dos tempos, apresenta características barrocas, rococó e neoclássicas. De planta longitudinal, é composta por nave única e capela-mor mais estreita. A fachada principal termina em empena de lanços. Salientam-se no interior os retábulos laterais e colaterais de talha policromada rococó e o retábulo-mor de talha pintada neoclássica. A ordenação heráldica da freguesia, publicada em 20 de Agosto de 2003, é a seguinte: Armas - Escudo de prata, com castanheiro arrancado, de verde, com ouriços de ouro, abertos de vermelho, entre dois livros abertos de ouro, encadernados de azul. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: “SAMBADE “.